sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

As Impressões de um Francês sobre o Fusca

O Lionel é um grande amigo meu (apesar de ser francês...) e encarou conosco essa última viagem. Meio fresquinho, com mégane na garagem, num tinha entrado num fusca. Achou doido, dirigiu um pouco, e depois, quado viu que o sistema aqui no Brasil é bruto, pipocou, e deixou o volante comigo.
Traduzi algumas partes do texto que ele enviou para seus amigos europeus. Vou colocar os originais, pra quem souber francês:


Après 30h de bus depuis le nord de l'Argentine, je découvre donc leur Coccinelle de 1972 que nous utiliserons pour notre petit périple de 3 semaines le long du littoral.
Après quelques jours d'acclimation à Belo-H, c'est le départ, et nous chargeons de bonne heure les tentes, hamacs, et autres affaires dans le coffre de la voiture, et c'est parti pour 12h de route pour rejoindre la cote ; il n'y a pas d'autoroutes pour notre destination, et de toute façon la Cox n'étant pas une voiture de course, nous privilégions les petites routes plus tranquilles et sympathiques.
La pédale de frein ( ah bon, il y a vraiment un frein ?) a une course infiniment longue, la précision de la direction est... toute relative, ca donne l'impression de faire du bateau et il ne faut pas oublier le jeu dans le volant avant de prendre les virages ; la boite de vitesse émet de beaux craquements, parait que c'est normal ; et je mettrais plus de 100km avant de trouver du premier coup la 1ère puis la 2ème vitesse.  Trop à gauche en haut, c'est directement la marche arrière ; un peu à gauche c'est la 3ème.  La 1ère se trouve... quelque part entre les deux ; la 2ème n'est pas en dessous de la 1ère ça serait trop facile ; elle se trouve je ne sais pas trop ou en bas, mais de toute façon comme tu as perdu trop de temps à la chercher, faut remettre la 1ère pour relancer la voiture, mais attention, sans passer directement la marche arrière. Bref, c'est amusant !

Depois de 30 horas de onibus desde o norte da Argentina, descubro o fusca 72 que nós utilisaríamos para o nosso pequeno périplo ao longo do litoral.
Depois de alguns dias de aclimação em BH, hora da partida. Enchemos o carro com redes, barracas, e outras bugigangas e pronto, pertimos por 12 h de estrada para chegar ao mar. Não há autopistas para o nosso destino e, de toda forma, o fusca não sendo um carro de corrida, privilegiamos pequenas estradas, mais tranquilas e simpáticas.
O pedal do freio (ah bom? Tem freio?) tem um curso infinitamente longo, a precisão da direção é... relativa, dá impressão que dirigimos um barco, e não se pode esquecer os movimentos com o volante antes das curvas. A caixa faz barulhos esquisitos, parece que é normal. E demorava 100 km antes de achar a primeira, depois a segunda. À esquerda, é a ré, e ao centro, a terceira. A primeira se encontra.... em algum lugar no meio... A segunda não é em baixo da primeira (seria muito fácil). Ela se encontra em algum lugar não sei bem onde... Mas de toda forma, perdi muito tempo a procurar, tenho que voltar à primeira de novo! Mas atenção, sem colocar marcha à ré... Enfim, é divertido...

***

Nous reprenons la route le long de la côte en direction du nord . Fini les routes goudronnées, maintenant c'est routes/pistes en terre plus ou moins défoncées par les pluies, au milieu des plantations d'eucalyptus ( qui servent pour la fabrication du papier) ou le long de la mer.
Départ d'Itaunas, immenses dunes,  au bout de 5h de route le moteur se met à pétarader ; nous suspectons la qualité de l'essence que nous venons de rajouter ; une demi-heure plus tard, en passant un dos d'âne dans Alcobaça, le moteur s'arrête complément et refuse de repartir.
Nous poussons la voiture sur le coté de la route, le soleil est brûlant, il fait super chaud.  Un moteur de Cox, c'est très basique, et nous essayons de trouver le problème ; en vain. Nous partons à pied à la recherche d'un mécanicien dans le village. Il arrive une heure plus tard à vélo, diagnostic un problème sur l'allumage, repart vers son atelier sur son petit vélo avec une pièce de notre moteur ; revient une demi-heure plus tard en moto avec la pièce ré-usinée entre temps. La voiture démarre, on repart pour une étape de Paris-Dakar (piste très défoncée, grosses rigoles), et nous arrivons un peu plus tard à Cumuruxatiba, ou nous trouvons un très agréable endroit pour planter les tentes.

 
Voltamos à estrada [no ES] em direção norte. Acabaram-se as rodovias esburacadas. Agora é só estrada de terra, mais ou menos destruídas pelas chuvas, no meio de plantações de eucaliptos (para fazer papel), ou ao longo da praia.
Partida de Itaúnas, imensas dunas, depois de 5h de estrada, o motor começa a pipocar. Suspeitamos da qualidade da gasolina que acabáramos de comprar. Meia-hora mais tarde, num quebra-molas em Alcobaça, o motor pára e não funciona mais...
Faz muito calor. Um motor de fusquinha, é super basico, tentamos achar o problema. Em vão. Partimos à pé a procura do mecanico da cidade. Ele chega uma hora mais tarde de bicicleta, diagnostica um problema no distribuidor. Volta à oficina e volta de moto com uma gambiarra [essa palavra eles não tem!].
O carro funciona, partimos de novo para uma etapa do Paris-Dakar (estrada muito fudida, boas brincadeiras), e chegamos um pouco mais tarde a Cumuruxatiba, onde achamos um super agradável lugar para armar as barracas.

 
***

Après 3 jours à Caraïva, nous retraversons le fleuve, retrouvons la voiture et... essayons de la faire démarrer ; c'est pas immédiat, mais après quelques bidouillages, le moteur consent à rester allumer plus de 3s. Nous repartons moyennement confiant, faisons une pause le midi sur la plage d'Espehlo dont je vous passe la description (sable, cocotier, barrière de corails, etc...)
La fenêtre avant droite de la voiture se bloque définitivement, impossible de l'ouvrir ; dommage, c'était agréable, en roulant, par cette chaleur...
Le soir nous arrivons à Trancoso, et nous trouvons presque agréable de sentir la terre ferme sous nos pieds après les 3 jours de sable mou de Caraïva. Toujours des soucis avec le moteur, nous allons donc... faire connaissance avec le mécanicien de Trancoso qui reprend le réglage du carburateur ; et le moteur refonctionne normalement, magnifique ! C'est sympa une coccinelle, avec tu fais la connaissance de tous les mécanos du coin ! Mais nous apprenons également, et par la suite nous ferons les réglages nous mêmes lors des petits soucis suivants.

 
Depois de três dias em Caraíva, atravessamos o rio, pegamos o carro e tentamos ligá-lo... Demorou um pouco, e depois de morrer muito, o motor funciona. Partimos desconfiados, fazemos uma pausa na Praia do Espelho (areia, coqueiros, corais...). A janela da frente se bloqueia definitivamente... Impossível de abrir... É uma pena, era agradável, neste calor...
À noite, chegamos a Trancoso, e achamos agradável andar na terra firme, depois de tras dias de areia fofa em Caraíva. Sempre com problemas no motor, vamos onde? Conhecer o mecânico da vila. E o motor funciona magnificamente bem! O fusca é simpático, com ele, você conhece todos os mecânicos da região!
Mas nós aprendemos igualmente, e assim fizemos nossas regulagens durante o resto da viagem.


Ó ele aí, pipoqueiro!


3 comentários:

  1. Espetacular!!!
    Devo confessar que quando cheguei ao Brasil também fiquei um pouco espantado com as "auto pistas", nossa... Que saudades de uma boa estrada!!!!
    Mas o Francês tem por lá o não menos saudoso 2CV que é tão ou mais rustico que o Fusca, com a diferença que o Fusca resiste a tudo, já o 2CV... falo por experiencia propria, hein!
    Mas está um texto muito legal para uma viagem que deve ter sido bem irada... Concerteza que o francês vai falar dela o ano todo.

    Abraço
    Nuno Canastra

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  2. Vitor, seria um prazer fazer uma matéria com esta aventura para a próxima edição da FuscaAtivo Magazine Online. Caso tenha interesse em partilhar com os nossos leitores esta simpática aventura, envie fotos para o nosso email e mais algum detalhe da viagem.

    abraço
    Nuno Canastra

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  3. Francesinho figuraça heim!

    Blog mais do que adicionado nos links do Bill!

    Abrazzzz

    Paulo e Bill

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