quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Dossiê I: Citroën 2CV

2CV: Mais simples que o fusca!



O Citroen 2CV (Deux-Chevaux, dois cavalos em francês), é um carro popular francês produzido entre 1948 e 1990.

História

Em 1935, uniram-se três grandes cérebros: Michelin, Citroen e Pierre Boulanger. Eles tinham uma idéia: Criar um carro destinado às classes sociais rurais e com rendimentos baixos. O interesse principal do grupo, liderado por Michelin, era vender mais pneus.
A partir de uma pesquisa feita por correio, onde opinaram mais de 5000 "interessados em comprar um carro", Boulanger define as diretrizes do projeto, definido como TPV (Très petite voiture - Carro muito pequeno): Quetro lugares, 50 kg de bagagem, 2 cv de potência, tração dianteira, 60 km de velocidade máxima, três marchas, fácil manutenção, e que não consumisse mais de 3 litros de gasolina por kilometro. E, sobretudo, nenhum sinal de ostentação. O slogan dos anos sessenta "quatro rodas sob um guarda-chuva" resume bem o espírito do projeto.
Rapidamente o projeto tem sucesso e, depois de muitos testes, em 1939, 250 automóveis já estão prontos na fábrica de Levallois-Perret, periferia parisiense.

Protótipo de 1939

Naquele ano, com o começo da Segunda Grande Guerra, a produção é interrompida e, sob ordem direta de André Citroen, todos os carros são desmontados e destruídos. Alguns protótipos são escondidos no porão do escritório de Citroen, no centro da cidade.
Durante a ocupação, os Alemães, que sabiam dos projetos de citroen, procuram, sem sucesso, os protótipos e motores do 2CV para serem levados à fábrica da Volkswagen, em Wolfsburg, onde o fusca precisava de aprimoramentos.
Com o fim da guerra, a produção se reinicia, agora na fábrica de Javel, dentro da cidade. Neste período, o projeto de simplicidade foi levado ao extremo, e o carro foi privado de seu radiador, limpador de pára-brisas, homocinéticas, cores (era vendido somente preto) e seu motor era ligado com uma cordinha (como as motosserras).

Em 7 de outubro de 1948, o 2CV foi apresentado no Salão do Automóvel de Paris. Custava 185000 francos antigos, ou 235 euros. Assim como o fusca, seu lançamento foi criticadíssimo. O "Le Monde" foi taxativo: "Nunca vimos nada tão feio", e toda a imprensa em geral, exceto um pequeno jornal suíço, condenou o carro.


Sua venda começa lentamente, no mesmo ritmo da fábrica, que fabrica quatro veículos por dia. A partir de 1949, as vendas começam a subir vertiginosamente: 876 neste ano, 6200 em 1950, 232500 em 1960. As críticas começam a diminuir. Em 1951, sur o modelo U, perua. Este modelo é comprado massivamente pelos correios, para distribuir correspondência no interior.


O 2CV atinge seu apogeu nos anos 1960. Seu preço inicial é sempre muito baixo. Na Alemanha, por exemplo, custava metade do preço do fusca. A partir do fim da década, o carro, concebido para agricultores e operários, ganha uma nova clientela: a juventude e os intelectuais que diziam não ao consumismo e que abraçavam as idéias do Maio de 1968 e do movimento hippie.

A partir dos anos 1980, o 2CV conhece a decadência: vários países europeus reformam suas leis de segurança e poluição. Além disso, seu custo começa a subir, uma vez que sua linha de produção ainda não utiliza robôs, já bem populares nas fábricas da época. Em 88, a produção termina na frança. Em junho de 1990, em Mangualde, Portugal, as últimas unidades são produzidas.
O 2CV simboliza, para os franceses, toda uma época. Para os estrangeiros, ele faz parte das "imagens da França", junto da Tour Eiffel, da baguette, etc. Hoje existem, só na França, mais de 160 associações e clubes de 2CV.
Vendeu 5.114.961 exemplares.




Mecânica

Motor: Foi pensado para ter eficácia máxima com o mínimo de manutenção. Obra-prima da lógica: leve, fácil de acesso (partes dianteiras do carro se desmontam facilmente), econômico. Bicilíndrico, 4 tempos, resfriado à ar. 435 cilindradas até 1970. 600 cilindradas a partir deste ano.
Caixa com quatro marchas,
Sistema elétrico 6 volts,
Suspensão: Feixe de molas e barras de torção.
Freios à tambor.
Peso: 495 kg.
Velocidade final: 115 km a partir de 1970.
Consumo: 25 km/l.
Carroceria: Alumínio, peça única, sem teto (teto em lona, para reduzir o peso e custo).








Interior do 2CV

Publicidade dos anos 1950

Inovações técnicas



 Sites interessantes:

http://www.clubamis2cv.org/index.php Amis de la 2CV

http://2cv-legende.com/index.php La legende de la 2CV

Nenhum comentário:

Postar um comentário